quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dos Andes Peruanos às Galáxias e à origem do Universo

Há um século o nosso Universo era apenas a Via Láctea, mas hoje sabemos que existem bilhões de galáxias como a nossa espalhadas na imensidão do cosmos, e sabemos que o Universo está em expansão e que teve origem no Big Bang. Os Andes Peruanos tiveram um papel fundamental nessas descobertas.

Edwin Hubble demostrou há menos de um século que certas "nebulosas" eram na verdade galáxias como a nossa Via Láctea. Ele fez isso usando a chamada relação período-luminosidade de estrelas variáveis conhecidas como cefeidas, com a que é possível determinar a distância. Usando cefeidas observadas em nossa vizinha "nebulosa" de Andromeda, Hubble concluiu que fica além dos limites da Via Láctea. Pouco tempo depois, Hubble descobriu que as galáxias mais distantes se afastam com maior rapidez, o que levou à descoberta da expansão do Universo e à teoria do Big Bang.

"Nebulosa" de Andromeda. (c) NASA
Sem a relação período-luminosidade de estrelas cefeidas, Hubble não poderia ter estimado nos anos 1920 a distância às "nebulosas" e nosso Universo seria ainda a Via Láctea. Essa relação foi descoberta pela astrônoma americana Henrietta Leavitt, usando observações obtidas a partir dos Andes Peruanos, mais precisamente de Arequipa, no Sul do Peru. O Harvard College Observatory construiu lá, a finais do século XIX e começo dos anos 1900, um observatório chamado de Boyden Station, para ter acesso ao hemisfério Sul. Desse observatório foram obtidas imagens das Nuvens de Magalhães, para o estudo de estrelas variáveis cefeidas, as que foram usadas por Henrietta Leavitt para a sua descoberta.

Os Andes Peruanos tiveram assim um rol fundamental para o nascimento da astronomia extragaláctica e da cosmologia. Em um outro post, irei descrever o papel crucial que teve o observatório de Harvard no Peru para o nascimento da astrofísica estelar.


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